domingo, 12 de março de 2023

91 anos de Thereza Kunz Marges


Foto da visita a senhora Thereza Kunz Marges


Na semana passada, em um belo final de tarde, a conversa foi com a senhora Thereza Kunz Marges, ela que é neta paterna do pioneiro Santa-clarense Felipe Kunz e Catharina Olbermann, este que chegou aqui em 1874 e narrou em seu diário, toda viagem, da Alemanha até a colonização de Santa Clara do Sul. Ela é neta materna de Leopoldo Goergen e Paulina Ruwer, Leopoldo foi sub-intendente de Santa Clara do Sul na década de 1920. Thereza é a quarta filha do casal José Kunz e Bertha Goergen, nasceu em 28 de junho de 1931, na casa do avô Leopoldo Goergen, no centro de Santa Clara do Sul, teve uma infância com muitas mudanças, após nascer no centro da cidade, a família mudou-se para Nova Santa Cruz, sempre trabalhando arduamente para comprar sua própria área de terra. 

Casa que pertenceu a Leopoldo Goergen, onde Thereza nasceu.


Em Nova Santa Cruz, Thereza frequentou a escola com o renomado professor da comunidade, Pedro Canísio Weber. Em pouco tempo a família mudou-se para a Rua das Flores, onde ela passou a frequentar a escola no centro, no prédio onde hoje funciona a Biblioteca e Museu Municipal. Então a família voltou para Nova Santa Cruz, agora com uma área de terras própria, e ela voltou a frequentar a escola anterior com o mesmo professor. Conta que aprendeu ler e escrever em português, e sentia-se muito fraca quando criança, ela estudou por quatro anos. Seu pai, José Kunz, trabalhou como leiteiro, recolhia todos os dias a produção de leite em Nova Santa Cruz, vendia em São Rafael na casa comercial de Rainoldo Arenhart, o recolhimento do era feito de carroça puxada por cavalos, quando chovia pelas condições da estrada eram usados bois.  

Família de José Kunz e Goergen, com os filhos: Teobaldo, Arno, Alzira, Tereza, Oscar, Francisco, Veronica, Inacio, Canisio, Alice, Dalila e Eugenio.


Na Nova Santa Cruz da época, a família Kunz frequentava a venda do senhor Benno Johann para adquirir alguns mantimentos que não produziam em sua propriedade. Das lembranças da infância Thereza recorda que levou  a cavalo, milho em grão ao moinho, que ficava próximo onde hoje está o arado, na entrada de Nova Santa Cruz, para fazer farinha. Na ida derramou o milho de um lado da mala de garupa (tswerich sac), ela lembra do local do ocorrido, na Igreja Sagrado Coração de Jesus, havia uma ponte com um buraco, e foi um pouco antes, não pode mais ajuntar o milho pois estava na terra e misturado com pedrinhas ficou impróprio para consumo. A família tinha uma pequena área de terras, por isso após a colheita da lavoura, Thereza e seus irmãos mais velhos trabalhavam de agregados na propriedade de outras famílias.

Foto do casamento de Thereza Kunz e Luiz Adroaldo Marges.

Thereza casou-se com Luiz Adroaldo Marges, no sábado, 26 de junho de 1954. Após casar-se morou em Sampainho, um ano após casada seus pais mudaram-se para Planalto em Santa Catarina onde faleceram.  Em Sampainho, o esposo trabalhou de carpinteiro, com seu pai, fabricavam carroças, rodas, carrocerias de caminhão e até caixões, neste período Tereza trabalhou com a sogra na lavoura. Do casamento com Luiz, teve três filhas: Ilse, Terezinha e Lucila. Quando seus sogros falecerem em Sampainho, foi residir em Mato Leitão e mais tarde voltou para Santa Clara do Sul. Seu espodo Luiz faleceu em 2004, ela passou a residir com sua filha Terezinha, em Picada Augusta Cruzeiro do Sul.

Família de Luiz Adroaldo Marges e Thereza Kunz, com as filhas: Ilse, Terezinha e Lucila.


Tivemos uma conversa muito agradável, com um bom chimarrão, olhamos muitas fotos, e entre as tantas fotos Thereza guarda muitas imagens de santos, como forma piedosa de devoção. A filha Teresinha, conta que ela reza o terço todos os dias, lê diariamente jornal e gosta até de ler livros. Com este exemplo e inspiração para todos nós, termino mais um relato dos nonagenários, que narram um pouco da história do cotidiano da Santa Clara do Sul do passado. Agradeço e desejo saúde, lucides e vida feliz para a senhora Thereza!


Imagens de Santos colecionados por Thereza Kunz Marges. 


Para mais clique abaixo:

98 anos Ida Maria Gottselig Friedrich

103 anos Ella Wünsch Lenhart

90 anos Amélia Ody

95anos Lucia Jung 

Centenária Maria Castro


Rafael Henrique Lenhard, nasci em 19 de Dezembro de 1994, em Santa Clara do Sul RS. Sou formado como Bacharel em Administração pela Universidade Norte do Paraná. Pesquiso a genealogia de várias famílias desde 2008.

Se você tiver alguma contribuição para fazer, estarei a disposição, contate pelo facebook, ou e-mail rafaelhelenhard@gmail.com, não esqueça de me seguir para acompanhar as publicações.

 

 


domingo, 19 de fevereiro de 2023

95 anos de Lucia Hilda Jung

 

Foto da visita a Lucia Jung.

Continuando a série de histórias dos nonagenários de Santa Clara do Sul, estarei publicando nos próximos meses, mais algumas entrevistas. O objetivo é deixar registradas estas memórias que aconteceram há mais de 80 ou 90 anos, assim preservado a história de nossa comunidade.

No último 02 de fevereiro, belo e ensolarado domingo de verão, após a missa na Igreja Matriz, fui visitar as irmãs Lúcia Hilda Jung, 95 anos, e Imelda Isabela Jung, 80 anos, para uma boa conversa em alemão, sobre os idos tempos.

O foco da nossa conversa foi a vida de 95 anos da Lúcia, que com muita lucides, conta ser a segunda filha do casal João Augusto Jung e Anna Paulina Kramer.  Nasceu em 20 de Dezembro de 1927, em Santa Clara do Sul, então segundo distrito de Lajeado, quando a Igreja Matriz ainda era uma Capela da Paróquia Santo Inácio de Lajeado e sua construção havia sido finalizada pouco mais de 10 anos. João Augusto e Anna Paulina tiveram uma numerosa família de 11 filhos: Acilda Letvina, Lucia Hilda, Antônio Aloysio, Orlanda, Irma Maria, Elma Elisabeth, Albano Francisco, Inácio Irineu, Imelda Isabela, Dalmira, Valdemar.


Foto da família de João Augusto Jung e Anna Paulina Kramer.



Lucia conta, que nasceu e residia na Rua das Flores, e que pouco antes de 1933 seus avós maternos, João e Olga Kramer e alguns tios, haviam se mudado para desbravar Boa Vista do Buricá. Nesta oportunidade seus pais com os quatro primeiros filhos, receberam do avô, o convite para unir-se a família na nova colônia. Foi assim que seu pai, João Augusto, vendeu sua casa, terras e animais para João Schabbach, e foi com a família em busca de um futuro promissor, levando apenas alguns móveis e um cachorro, em uma longa viagem de ônibus.

A Boa Vista do Buricá naquela época, era uma área de mata que foi desbravada, com a venda da madeira, os pioneiros construíram suas casas e pagaram suas áreas de terras, que tinham pouco valor, comparadas ás de Santa Clara do Sul. O avô de Lucia, João Kramer, acolheu os filhos em sua casa, até que pudessem ter a sua própria, foi assim com seus pais e tios Ervin Kramer e Frida Eckert. Quando os tios estavam se mudando para a casa nova, em uma ribanceira, a carroça com a mudança do casal perde um pino e se desmonta, os bois se colocaram a correr, a tia Frida ainda tentando segurar sua maquina de costura, cai da carroça e fica presa pela perna em uma corrente e assim foi arrastada.  Lucia lembra que a tia ficou com o rosto desfigurado, relata ela em alemão “em pedaços”, e no velório cobriram seu rosto com um pano. Não havia padre na comunidade, apenas em Três de Maio a família conseguiu contatar um sacerdote para celebrar as exéquias.  A avó de Lucia, Olga, quando ficou sabendo do ocorrido teve um AVC, também não foi possível contatar médico, e a avó faleceu no mesmo dia do enterro da tia Frida, o padre não pode comparecer a nenhum dos sepultamentos, devido às dificuldades de deslocamento.

Diante de tal situação, sem assistência médica e espiritual, o pai de Lucia ficou muito receoso em continuar a vida em Boa Vista do Buricá, voltando para Santa Clara do Sul, depois de nove meses, comprou a casa e os animais que havia vendido antes da mudança para João Schabbach.

Foto de Lucia criança, sentada na cadeira ao lado de sua irmã Acilda.

Lucia estudou alguns meses na escola em Boa Vista do Buricá, em Santa Clara do Sul, foi aluna do renomado professor e regente João Otto Ruschel. Após frequentou alguns meses a escola no Bairro Conventos em Lajeado com o Professor Penz. Por fim, estudou com professoras, no prédio que hoje sedia o museu e biblioteca municipal, onde ela denomina como “Rehirum Schule”, as aulas eram em Alemão, não haviam cadernos, os alunos tinham pequenas lousas, onde desenvolviam suas atividades, apagando elas no termino da aula . Ela se lembra dos colegas Arnoldo Ruschel, Nely e Vania Schabbach. Aos oito anos fez a Primeira Comunhão e aos doze a Comunhão Solene, na época a escola e a religião estavam interligadas, onde na Comunhão Solene era o encerramento do período estudantil.   

Quando Lucia terminou seu período escolar, trabalhou em casa com os pais, no cultivo da lavoura, plantando milho, aipim, batata, feijão, cana de açúcar, aboboras, tudo para o sustento da família. Neste período também a família construiu uma casa nova, as madeiras utilizadas, foram de arvores cortadas na propriedade, Lucia e sua irmã mais velha, Acilda, ajudaram seu pai a serrar as toras para a construção.


Lucia com suas irmãs mais velhas.

Lucia, Elma, Acilda

Irma e Orlanda

Conversamos sobre as festividades e comidas de antigamente, foi então que ela procurou seu caderno de receitas antigas, escritas em alemão, onde constam vários doces como pudim de laranja, pudim de queijo, pudim de leite, Eier Süss (doce de ovos), torta de chocolate, além de cucas, bolos, wafle e bolinhos. As principais festividades do ano eram Natal, Páscoa e a festa do Kerb. O Kerb é a festividade do padroeiro da paróquia, que reunia toda família, parentes muito distantes vinham para a comemoração que durava três dias, então eram preparadas todas estas delicias preservadas em seu caderninho de receitas..

Livro de receitas de Lucia, escritas em Alemão.

Em 1987, Lucia e sua irmã Imelda mudaram-se para o centro de Santa Clara do Sul, onde residem até hoje. Em 2016 no centenário de construção da Igreja Matriz São Francisco Xavier, Lucia fez a doação de uma imagem de Santa Clara de Assis, que está na capela em frente a Igreja. Termino mais um belo relato e exemplo de vida, cheia de desafios e superações, agradecendo e desejando saúde, lucides e vida feliz para a Lucia!


Imagem de Santa Clara de Assis, doada por Lucia, no centenário de construção da Igreja Matriz de São Francisco Xavier.




Para mais clique abaixo:

98anos Ida Maria Gottselig Friedrich

103 anos Ella Wünsch Lenhart

90 anos Amélia Ody   

 

Rafael Henrique Lenhard, nasci em 19 de Dezembro de 1994, em Santa Clara do Sul RS. Sou formado como Bacharel em Administração pela Universidade Norte do Paraná. Pesquiso a genealogia de várias famílias desde 2008.

Se você tiver alguma contribuição para fazer, estarei a disposição, contate pelo facebook, ou e-mail rafaelhelenhard@gmail.com, não esqueça de me seguir para acompanhar as publicações.

 

sábado, 1 de outubro de 2022

98 anos de Ida Maria Gottselig Friedrich

 

Foto durante a visita a dona Ida.

Recebi muito feliz, o convite para visitar dona Ida, hoje completando 98 anos. Tive a oportunidade de conversar com ela e relembramos muitos momentos de sua vida, deixo aqui registrado como homenagem pelo seu 98º aniversário.

Nossa conversa foi em alemão Hunsrick, começo lhe contando quem eram meus avós, os avós paternos  ela conheceu e teve amizade, também meu avô materno, era primo irmão de seu falecido esposo Osvaldo Friedrich. Jesses Gott!  Ela exclamava, com sorriso alegre e logo me contou episódios engraçadas dela com meus avós.

Ida Maria Gosttselig nasceu em 01 de outubro de 1924, em São Bento Santa Clara do Sul, na época segundo distrito de Lajeado. Filha de José Gottselig e Maria Carolina Sebastiany, a segunda mais velha de 10 irmãos que ela cita: Benno, Ida, Semilda, Melita, Hilga, Maria, Lucia, Ilka, Paulo e Pedro.


Fotografia da Família de José Gotselig e Maria Carolina Sebastiany.

Dona Ida com seus pais e irmãos.



Ela estudou na Escola Católica de São Bento, hoje Lajeado, durante quatro anos, seu professor foi o senhor Klein, que não falava português, ele administrava aula para quatro turmas em uma única sala. Logo ela aprendeu gramatica em alemão, escrevendo em uma lousa, pequeno quadro que era apagado no final da aula. Pergunto de suas colegas de aula, ela exclama: “Não vive mais ninguém!”, Ida lembra das colegas e amigas Erminda, Lidia e Norma Plfugseder.


Foto dona Ida criança.


Conta que na infância aprendeu trabalhar na roça, e a primeira vez  que plantou milho com seu irmão ela narra: “ Nossos pais antigamente tinham pouca noção, meu pai só arava a terra. Ele dava para nós um pacote de milho para plantar, e assim fomos plantando. O nosso vizinho Rainoldo Mohr e a esposa Greth, de sobrenome Trap, estava trabalhando em sua lavoura ao lado, então ele veio e falou para nós: 'Crianças assim não se planta milho, desta maneira não ganharão grandes espigas'. Nós questionamos 'Mas por que não?'. E ele respondeu: 'Vocês estão plantando milho para pasto, vão ganhar apenas pequenas espigas'.  Então ele nos disse para caminhar dois passos, colocar quatro ou cinco grãos e fechar o buraco. 'Assim vocês devem fazer!” Com Rainoldo Mohr nós aprendemos”.

 A família também plantava aipim, batata, arroz, feijão, cana-de-açúcar, inclusive produziam erva mate. Vendiam leite para queijaria do senhor Carlos Adams, que recolhia todos os dias o leite, com uma carroça puxada por dois burros, aos domingos não vendiam o leite para produzir Käseschmier para consumo durante a semana.

Cucas e bolachas eram apenas feitas na Páscoa, Natal e Kerb, “ Ah die Kerb!” ela exclama, a festa do padroeiro era muito festejada nas famílias, preparavam carne no forno a lenha (backofen),  galinhada e saladas colhidas na horta, as crianças recebiam um copo de refrigerante nestes dias festivos, relembra Ida.

Nos tempos de juventude, ela frequentou bailes no Salão de Valentim Leopoldo Friedrich em São Bento, onde conheceu seu esposo Osvaldo Friedrich. Ele construiu a casa onde criou sua família, com auxilio do pedreiro Otto Mader, antes do casamento. As terras foram adquiridas de seu tio Nicolau Sebastiany, havia uma mata no local, com arvores muito grossas, lembra que a construção foi muito trabalhosa e demorou cerca de dois anos. 


Residência de dona Ida em São Bento Santa Clara do Sul. 

 

Ida casou com Osvaldo Friedrich em 27 de junho de 1944, na Igreja na Matriz Santo Inácio de Lajeado, o casamento foi assistido pelo Padre Décio Heineck. Após o casamento passaram a residir na casa que reside até hoje e criou seus dez filhos: Sonia, Francisco Lotario, Roque, Ironi, Renato José, Lurdes, Rejane, Ana Maria e os gêmeos Pedro Bernardo e Bernardete Paulina.  Com saudade ela recorda do filho Roque que faleceu aos 10 anos incompletos, na época foi muito difícil encontrar o diagnostico de tumor no cérebro, e pouco se pode fazer para reverter o quadro de saúde. Seu esposo Osvaldo faleceu jovem, aos 54 anos, em 24 de agosto de 1973. Hoje ela tem além dos 9 filhos, 16 netos e 17 bisnetos. Com muita alegria, ela recorda tantos momentos de sua vida, mesmo atualmente com algumas limitações trazidas pela idade.

Foto do casamento Osvaldo Friedrich e Ida Maria Gottselig em 27 de Junho de 1944.


 

Dona Ida com os filhos.


Depois desta gostosa conversa, concluo que a alegria de viver faz muito bem, mesmo diante de dificuldades que aparecem pelo nosso caminho. Parabéns dona Ida pelos 98 anos, que Deus continue te abençoando com muita saúde ao lado de sua família.



 

Rafael Henrique Lenhard, nasci em 19 de Dezembro de 1994, em Santa Clara do Sul RS. Sou formado como Bacharel em Administração pela Universidade Norte do Paraná. Pesquiso a genealogia de várias famílias desde 2008.

Se você tiver alguma contribuição para fazer, estarei a disposição, contate pelo facebook, ou e-mail rafaelhelenhard@gmail.com, não esqueça de me seguir para acompanhar as publicações.

 


sábado, 24 de setembro de 2022

Coral São Francisco de Santa Clara do Sul


                                                     

O canto coral nasceu em Santa Clara do Sul, juntamente com a comunidade Católica, quando chegou em 1882, meu trisavô, o professor Peter Mallmann, ele assumiu a direção da capela escola, como professor, sacristão, organista e dirigente do coro. Não havia um coral oficialmente formado, mas um grupo de homens que entoava cânticos nas Santas Missas e atos fúnebres. Em 1894, para aperfeiçoar o canto litúrgico, foi concedida licença eclesiástica aos Santa-clarenses, então fundaram a União Santa Cecilia, haviam  60 homens e rapazes inscritos.

Professor Peter Mallmann

Fonte: Rafael Lenhard

 

Quando o professor Peter Mallmann mudou-se para Lajeado em 1898, seu irmão João Pedro Mallmann assumiu suas funções na comunidade, fundou oficialmente em 1899, um coral masculino. Ensaiou com este coral, cantos diferentes para três missas em latim, além de cantos profanos, destacava-se Miguel Ruschel Sobrinho, que teria sido o melhor tenor.


Regente senhor Johann Peter Mallmann

Fonte: Orestes Malmmann

Conforme livro do histórico do coral São Francisco, aprovado em assembleia em 20 de Dezembro de 1985, narra que por volta de 1910, a regência do coral foi passada para o Professor Jacob Scheidt. Este residia em Lajeado, deslocava-se de cavalo para lecionar em Santa Clara do Sul, onde passava a semana, e nas noites livres ensaiava cantos com o Coral. As partituras e livros de cantos, naqueles idos tempos, eram adquiridos pelos membros do coral, por intermédio dos padres Jesuítas, que administravam a paroquia Santo Inácio de Loyola de Lajeado, a qual a então capela de São Francisco Xavier de Santa Clara do Sul integrava.   

Professor e regente Jacob Scheidt ao centro com livro na mão, sua turma de alunos em 1906 em Santa Clara do Sul.

Fonte: Museu Municipal Santa Clara do Sul


Aproximadamente no ano 1925, o professor Jacob Scheidt entrega a regência para o professor Theobaldo Weiler, que por vez, não permaneceu muito tempo na regência. Alguns membros do coral citados deste período de 1910 a 1930 são: Alberto Kochhann, Carlos Klein, Afonso Thomas, José Thomas, Jacó Kuhn, Carlos Schneider, José Weiler, Roberto Werlang, Aloysio Mallmann e João Klein.

O regente sucessor foi o Professor João Otto Ruschel, um exímio musico, que integrou vozes femininas, formando um coral misto. Os ensaios passaram a ser semanais, quase todo domingo o coral solenizava as missas, com cantos em latim, entre eles entoavam Salve Regina e Bonagesima. Foram incluídos no repertório do coral cantos profanos em alemão, para participação de encontros de corais, em Venâncio Aires o coral de Santa Clara do Sul teria recebido prêmio destaque.

Professor e Regente João Otto Ruschel, com sua turma de alunos em 1924.

Fonte: Museu Municipal de Santa Clara do Sul

O coral regido pelo professor João Otto Ruschel era composto pelos seguintes integrantes: Alberto Kochhann, Afonso Thomas, Carlos Klein, Jacó Kuhn, Ermindo Ruschel, Raimundo Ruschel, Reinoldo Ruschel, Ervino Thomas, Bruno Thomas, Carlos Schneider, Aldino Dullius, Afonso Haffner, Otilia Thomas, Maria Braun, Elma Zarth, Otilia Klein, Norma Arenhart, Cida Arenhart e Celita Ruschel.

Pelos anos 1942 ou 1943, o professor João Otto Ruschel foi sucedido pelos seguintes professores e regentes: José Balensiefer, Pedro Heidt, e o senhor Schneiders. Neste período o coral contou com novos integrantes: Hugo Thomas, Ignacio Werlang, Otavio Ruwer, Aloysio Heisler, Alberto Heisler, José Bourscheidt, Osmar Bald e Benno Dullius. Ainda conforme os anos foram passando novos coralistas integraram o grupo: Menno Heisler, Natalia Diel, Julita Diel, Adelia Zart, Eugenia Zart, Sibila Luft, Theobaldo Freitag. Por um curto período também participaram Vitório Bohn, Mase Bohn, Benno Bretano e José Brock. No ano de 1951 dirigiu o coral o professor Alfredo Loch.

Depois de um período de trocas de regentes, em 1952,  com muito entusiasmo assumiu o senhor Benno Dullius, com apoio do novo pároco, Padre João Kreutz, o coral teve forte ânimo. Aumentou seu repertório, adquiriu novos livros de partituras, o Sursum e o Laudate Domini. As irmãs Martinha, Raquel e Maria Lucia, sucessivamente acompanharam o coral como organistas. O novo regente era autodidata, não tocava nenhum instrumento, era exímio cantor e apresentou todas as habilidades necessárias para bem desenvolver a regência. Tendo integrado no coral todos seus filhos e, assim, estendido o para os filhos dos outros coralistas.

 Os ensaios eram semanais no coro da Igreja, o coral cantava quase todos domingos na Santa Missa, cantos em português como na entrada “Todos unidos num só coração”,  alguns em latim, no ato penitencial o “Kyrie Eleison”, o canto do Santo era em alemão. Nas principais solenidades era presença confirmada, na Vigília Pascal e Missa de Páscoa eram entoados os cantos “Pascoa Aleluia” e “ Anjos e homens saudai a Jesus” tradicionalmente ainda executados, portanto há cerca de 60 anos. Os cantos Natalinos eram todos em alemão como: “Tannenbaum”, “Schtille Nacht” (Noite Feliz) e “O du Fröhliche” que segue no repertório atual, bem como como os cantos “Do trono em que refulges” e “A ti ó Maria dirijo o olhar”, em missas em honra a nossa Senhora. Nas missas de ordenações sacerdotais os cantos eram todos em latim, nos funerais entonavam o solene Requiem, e nos enterros o canto “Ultima in mortis hora”.

Foto do Coral Misto de Santa Clara em recém assumida regência do senhor Benno Dullius.

Fonte: Ana Maria Lenhart 

Sentados esquerda para direita: Hugo Thomas, Pe. João Kreutz, Benno Aloysio Dullius, Avelino Dullius, Otmar Beuren.

De pé esquerda para direita: Julita Diel, Edel Lauxen Acilda Dullius

Maria Schabbach, Lorena Lauxen Gelsi Schabbach, Natalia Diel,

Adélia Dullius, Neli Schabbach, ?, Cecilia, Bildhauer,

Menno Heisler, Erica Schneider,

Aldino Dullius, Abilio Dullius, Inacio Werlang, Adelmo Dullius, Olavo Kuhn.

 

O grande coral “misto” de Santa Clara, como era denominado, neste período, foi composto pelos numerosos integrantes: Hugo Thomas, Aldino Dullius, Ignacio Werlang, Menno Heisler, Aloysio Heisler, Adolfo Goergen, José Bourscheidt, Osmar Bald, Arno Thomas, Domingos Mallmann, Maria Schabbach, Neli Schabbach, Diva Schabbach, Natalia Diel Julita Diel, Lucia Diel, Noelia Schnorr, Dorli Schnorr, Lorena Lauxen, Edel Lauxen, Erica Schneider, Olimira Johann, Acelia Johann, Odete Braun, Eda Braun, Carmem Braun, Ivenia Dullius, Lovani Dullius, Leane Thomas e os filhos do regente senhor Benno Dullius, Lori, Acilda, Adélia, Lothario, Avelino, Abilio, e Adelmo.

Confraternização do Coral Misto de Santa Clara na Casa Paroquial com o Conselho Paroquial.

Esquerda para Direita: Ignacio Werlang, Abilio Dullius, Aldino Dullius, Adelmo Dullius, Deodato Borges de Oliveira, Stürmer, Odila de Oliveira, Elvira Schabbach, Alberto Schabbach, Padre João Kreutz, João Melo de Oliveira, Ligia Klein, Orlanda Klein, Acilda Schwertner, Julita Diel.

Ao centro: Hugo Thomas, Regente Benno Dullius, Olimira Dullius, Maria Schabbach, Selina Schwertner e Olavo Kuhn.


Durante a regência do senhor Benno Dullius, que ingressaram no coral Misto Santa Clara as jovens Lori Dullius Jung, Lovani Dullius Ely e Leane Thomas, cantando juntas por quase 60 anos, na segunda voz (contralto), tive a alegre oportunidade de conversar com elas para a produção desta publicação.

Lori Dullius Jung, Lovani Dullius Ely e Leane Thomas.


A convite de seu pai, o regente Benno Dullius, Lori ingressou no coral em 1962, aos 15 anos de idade, neste ano seu irmão Lotario Dullius já participava, e integrou durante 60 anos o baixo do coral. “Nós formamos um coral misto de quatro vozes em casa, quando meu pai queria ensaiar um canto novo com o coral, primeiro ensaiava com nós, depois levava para o coral.” Assim facilitava o aprendizado do novo canto para os outros coralistas. Ela lembra de quando jovem como era participar do coral: “Era muito legal, era um passa tempo, no verão nós sentávamos na área em casa e cantávamos, as músicas ecoavam pelo nosso potreiro”.

Lori lembra com muito orgulho de seu pai, senhor Benno, ele foi um grande líder comunitário, presidente do conselho paroquial por muitos anos, inclusive durante a construção do Salão Paroquial, além de regente do coral que exigia muita dedicação.

Lovani conta que seu pai Aldino Dullius era um célebre tenor do coral, e ele sempre tinha o desejo que os filhos também participassem, ela lembra a primeira vez que cantou integrando o coral, na Sexta-feira Santa do ano de 1965, “eu acompanhei a senhora Maria Schabbach que cantava na segunda voz (contralto), eu gostei muito e estou aí até hoje”. Também sua irmã Ivenia Dullius participou cantando na primeira voz (soprano) e ela recorda: “Muitas vezes em casa eu e minha irmã durante a ordenha das vacas, cantávamos a duas vozes, eu cansei de sonhar de estar subindo a escada íngreme e curva do coro da Igreja.”

Leane recebeu o convite para integrar o coral de seu pai, o coralista senhor HugoThomas, quando tinha 15 anos em 1966. Já cantava com o pai em casa, diversos cantos, ela lembra: “no primeiro ensaio como era mais fácil cantei na primeira voz (soprano), mas eu não alcançava os tons, então mais tarde passei para segunda voz (contralto) e depois me dei bem!”, todas terças feiras ia a pé com o pai para os ensaios. Pergunntei como era ser jovem e integrar o coral: “nós fazíamos questão de participar e nos sentíamos honrados, porque o coral era muito apreciado”.

O Senhor Benno Dullius no ano de 1977 precisou ausentar-se da regência, passando naquele ano para seu filho Abílio Dullius. Em 1978 dirige o coral a Irmã Maria Lucia Mallmann até o ano de 1981. Ingressaram novos coralistas: Elmiro Bourscheidt, Pedro Mallmann, Melania Thomas. Atualmente além das senhoras Lovani Ely e Leane Thomas, os coralistas que por mais tempo integram o coral São Francisco são: Rafael Werlang desde 1975, Juraci Mallmann e Lorci Klein, desde 1977, Louraci Beuren e Noeli Goergen, desde 1980.

Em 1981 foi convocada uma reunião com todos os membros do coral e a diretoria do conselho paroquial juntamente com o Pároco Padre João Kreuz. Foram expostas as dificuldades do coral e o presidente do conselho paroquial José Antônio Adams mostrou interesse e prometeu apoio e ajuda financeira necessária. Neste mesmo ano por decisão dos integrantes do coral foi escolhida a primeira diretoria. Depois de um curto período o presidente eleito, transferiu-se para outra localidade e assim aquele ânimo inicial desta primeira diretoria, foi se reduzindo aos poucos. Coube aos senhores Aldino Dullius e Menno Heissler assumir a conduta do grupo. E foram eles que em março de 1982 convidaram o senhor Antônio Victório Bohn para assumir a regência do coral.

Em novembro de 1982 o coral adquiriu com recursos de doações da comunidade seu primeiro uniforme. Em 14 de agosto de 1983 realizou-se o primeiro Encontro de Corais em Santa Clara do Sul. 

Primeiro uniforme do então denominado Coral misto de Santa Clara.

1ª Fileira: Pedro Mallmann, Lotário Dullius, Hugo Thomas, Elmiro Bourscheidt, Camilo Mallmann, Aldino Dullius, Rafael Werlang, Ignacio Werlang, Menno Heisler, Antonio Victorio Bohn.

2ª Fileira: Noeli Goergen, Lovani Dullius, Lorci Klein, Rita Schneider, Ivenia Dullius, Neli Schabbach, Herta Bohn

3ª Fileira: Lori Jung, Liane Thomas, Jaqueline Corbeline, Juraci Mallmann, Cleris Dessoy, Carmem Puhl, Dorli Corbelini.


Em1985, alguns membros da diretoria fizeram uma visita a Empresa Calçados Andreza S.A., ao expor os seus objetivos, receberam integral apoio de seus diretores senhor Mario Piacini e senhor Vilson Mantelli, que assumiram o patrocínio total do novo uniforme.

Um fato muito relevante para a época, foi uma apresentação do coral no canal 10 da TV Difusora em 1986.

 

Coral com seu novo uniforme em 1985 junto aos patrocinadores e regente Antonio Victorio Bohn.

(Homens no alto da esq.) Hugo Aldino Thomas, Lothario Dullius, Pedro Canisio Mallmann, Elmiro Wendelino Bourscheidt, Nilson Francisco Thomas, Camilo Mallmann, Aldino Aloysio Dullius, Rafael Werlang, Ignácio Werlang, Menno Pedro Heissler, e Canisio Werlang.

Baixo da esq. Casal Vilson Antonio Mantelli e esposa Anadir, Lori Jung, Leane Maria Thomas, Irmã Margarida, Carmen Puhl, Neli Schabbach, Louraci K. Beuren, Herta Bohn, Antonio Victorio Bohn, Cléris Dessoy, casal Maria Piacini e Mario Piacini.

Meio da esq. Melânia Thomas, Noeli Goergen, Rosali Werlang, Lorci Klein, Jaqueline Corbelini ,Dorli L. Corbelini.


Em 1994 por exigência dos órgãos públicos o coral encaminhou a documentação necessária para registro dos seus estatutos cujo resumo foi publicado no Diário Oficial, do dia 24 março de 1995 e a partir daí passou a denominar-se “Coral São Francisco”. Aos 24 de julho de 1995, oficialmente agora intitulado coral São Francisco realizou seu primeiro encontro de corais. No ano de 1998 assumiu regência o senhor Telmo Körner, depois de 16 anos sob a regência do senhor Antonio Victório Bohn.

O senhor Silvestre Bourscheidt atual regente do Coral São Francisco, foi intitulado no ano 2000. O coral conta com 23 membros, participa das Missas de Páscoa, Natal, da solenidade do padroeiro da Igreja Matriz São Francisco Xavier, bem como o quinto domingo do mês. Antes da pandemia da Covid 19, realizou anualmente um encontro de corais com jantar e baile, cantava também em quase todos os atos fúnebres da comunidade, quando convidado. Com o retorno das atividades após a pandemia, até o momento, os ensaios são semanais e integram os seguintes coralistas:

Soprano (primeira voz) Juraci Mallmann, Lorci Klein, Loraci Beuren, Ody Hermes, Vera Mallmann, Rosa Mahle, Olimira Rambo, Natalia Bourscheidt, Ir. Hélia Hendges, e Ana Cristina da Silva.

Contralto (segunda voz): Lovani Dullius, Leane Thomas, Noeli Goergen e Lucia Franz.

Tenor: Valdir Johann, Elmo Ely, Paulo Rambo, Rafael Werlang e Rafael Lenhard

Baixo: Décio Weber, Paulo Weber e Charles Thomas

 

É importante exaltar que nos últimos anos, foram integrantes do Coral São Francisco durante longo período, e membros da diretoria: Lotário Dullius, Nilson Thomas, Erico Heisler,  Pedro Mallmann, Elaine Johann, Lori Jung, Célia Klein, Clara Mallmann, Célia Wickert, Gertrudes Schnorr. Outros participaram por menos tempo: Rosali Werlang, Luana Siebeneichler, Rodrigo e Angela Mallmann. 


Abaixo vídeos do Coral São Francisco sob regência de Silvestre Bourscheidt, entoando cânticos que estão há cerca de 60 anos em seu repertório.






Seguem vídeos de cantos profanos, do repertório atual do Coral São Francisco.













Agradecimentos pela colaboração nesta publicação: Lovani Ely, Lori Jung, Leane Thomas, Nilson Thomas, Miriam e Adélia Schwertner, Eduardo Schneider e Evanir Lenhard.

Fontes: Livro Histórico do Coral São Francisco

TRASEL, Padre Alberto. Álbum Jubilar de Santa Clara do Sul 1869-1969. Jornal comemorativo

Rafael Henrique Lenhard, nasci em 19 de Dezembro de 1994, em Santa Clara do Sul RS. Sou formado como Bacharel em Administração pela Universidade Norte do Paraná. Pesquiso a genealogia de várias famílias desde 2008.

Se você tiver alguma contribuição para fazer, estarei a disposição, contate pelo facebook, ou e-mail rafaelhelenhard@gmail.com, não esqueça de me seguir para acompanhar as publicações.










sábado, 28 de maio de 2022

Heroicos combatentes Santa-clarenses

Neste 28 de Maio, estou publicando em meu blog uma breve biografia dos bravos combatentes, que há exatos 127 anos, defenderam com força e coragem, nossa Santa Clara do Sul da invasão dos maragatos. Para ler a narrativa completa é apenas (clicar aqui) e navegar.

Muita história já se perdeu: famílias saíram de Santa Clara do Sul, houve a retirada do antigo cemitério católico e a vida percorreu seus rumos nestes mais de 100 anos. Logo, para que mais eventos e nomes não se percam no tempo, estão aqui resumidos uma lista de 50 nomes, embora possa ser um número ainda maior, como citado pelo Padre Alberto Trasel: “são os lembrados” ,em seu livro Der Marakatenkrieg

 Há histórias orais que contam fatos sobre outros Santa-clarenses que participaram da defesa, como o avô de Aloisio Schneider . Também consta na lista nomes que não foram bem esclarecidos, ou incoerentes com a idade do combatente em 1895. É importante considerar que nesta época havia mais de 100 famílias em Santa Clara do Sul, famílias numerosas e os colonos listados tinham quase todos uma ligação familiar entre si.

Em 28 de maio de 1960 o Padre Alberto Träsel, que muito colaborou para preservar a história de Santa Clara do Sul, juntamente com o Dr. Normélio Klöckner , apresentaram um teatro, retratando o combate. Foi uma forma de homenagem aos heroicos defensores. Neste evento, estava presente o já idoso Antônio Ruschel, combatente que muito contava do memorável conflito.

Combatente Sr. Antonio Ruschel, duas senhoras, possivelmente esposas de combatentes falecidos, e Padre Alberto Träsel.


Sentado Senhor Antonio Ruschel, com parte do elenco da peça teatral do Combate Vitorioso, da esquerda para direita: Pe Tresel, Erica Schneider, Dorli Schnorr, Edel Lauxen, Breno Franz, João Carlos Adams, Astor Weiler, Nelson Schnorr, Dr. Normelio Klöckner, ?,Odilo Klein, Camilo Junges,  Arlindo Goetems, Pe João Kreutz.

Santa Clara do Sul possui o único monumento referente à Revolução Federalista (1893-1895), erguido em 1960, no palco do combate, na Avenida 28 de Maio, onde repousavam, ao lado, três maragatos, dois que posteriormente foram exumados. Vale ressaltar que não é “o monumento dos maragatos”, mas sim, monumento em honra aos colonos Santa-clarenses vitoriosos.


Monumento em honra aos colonos vitoriosos, é possível ver sua originalidade na foto, erguido em pedra grês e apenas pintado com cal. Fonte: FIRMBACH, Theodor. Santa Clara, o Combate Federalista, 1995.


A seguir a primeira publicação, até o momento, que identifica-se os 50 combatentes, suas família, suas relações entre si e na comunidade, foi elaborada a partir da lista dos 50 nomes dos combatentes do Livro Der Marakatenkrieg do Padre Alberto Träsel de 1960, depois de muito tempo de  pesquisas cheguei a seguinte relação. 

 

1-Coronel José Diel


 José Diel nasceu em 28 de julho de 1862, em Morro dos Bugres, Dois Irmãos, filho de Anton Diel e Maria Catharina Müssnich. Casou-se aos 19 de janeiro de 1886, na Igreja Matriz Santo Inácio de Lajeado, com Susanna Schardong nascida em 17 de março 1862, em Dois Irmãos, filha de Friederich Karl Schardong e Anna Maria Kolling.

Coronel José Diel, foi líder dos colonos santa-clarenses contra a invasão dos maragatos, também foi comissário, inspetor e subprefeito de Santa Clara do Sul. Ainda em 1922 foi subintendente de Cruzeiro do Sul e em 1927 foi Vice Intendente de Lajeado. O coronel era proprietário de uma fábrica de charutos, ele residia com sua família na propriedade ao lado da Neumann Materiais de Construção, teve onze filhos do seu casamento com Suzana Schardong: Maria Anna, Leopoldina Christina, Affonso Francisco Xavier, Otto Gabriel, Ida, Rosalina, Irena, Irma Crescência, Felicidade Francisca, Virgilio Antonio e Evaldino.

Suzana Schardong faleceu em 15 de novembro de 1933 e o Coronel José Diel em 23 de novembro de 1935, ambos estão sepultados no cemitério Católico de Santa Clara do Sul.

 

2- Capitão Nicolau Klein

Nicolau Klein nasceu em 01 de setembro de 1963, filho de Pedro Klein e Ana Maria Ruschel, casou-se com Francisca Weiler, nascida em 06 de maio de 1959, filha de João Felipe Weiler e Maria Müssnich. Foi o Subcomandante Civil de Santa Clara do Sul durante a Revolução Federalista (1893-1895). Capitão Nicolau Klein residia onde posteriormente residiu João Carlos Arenhart e Guilherme Lenhard Filho, e atualmente eu resido. Teve ali durante 20 anos um açougue e também foi proprietário de um salão de festas próximo à praça Irmã Chrisanta, no centro de Santa Clara do Sul. No combate vitorioso nas proximidades da antiga fumageira, o Capitão foi alvejado por um tiro na perna, que precisou ser amputada.  Os filhos do capitão Nicolau Klein e Francisca Muller foram: João W. Klein, Carlos, Benno e Amália. Capitão Nicolau Klein faleceu em 03 de julho de 1922 e sua esposa Francica Weiler em 20 de outubro de 1959, estão sepultados no Cemitério Católico de Estrela com a filha Amalia Klein e esposo Leonardo Mallmann.

 

3-Pedro Mallmann

Peter Mallman nasceu em 08 de Abril de 1846, em Blankenrath, na Alemanha, filho de Johann Peter Mallmann e Elisabeth Adams. Chegou ao Brasil com seus pais em 1863. Casou-se em 10 de Agosto de 1869, na Capela São Francisco Xavier, Morro dos Bugres, Dois Irmãos, com Maria Magdalena Reinbüchler, filha de Jakob Reinbüchler e Elisabetha Wermann, nascida aos em 20 de Março de 1848. O casal teve 11 filhos: Pedro, Felipe, Jacob, João, José, Catarina, Nicolau, Francisco Xavier, Ignacio, Maria Magdalena e Veronica.

Peter Mallmann residiu na Picada Jammerthal, em Dois Irmãos, onde foi professor durante quatro anos, após residiu e lecionou por três anos em Linha Bonita.

Em 1880 veio para Santa Clara do Sul, assumindo a direção da recém construída capela escola. Foi o primeiro professor paroquial da vila de Santa Clara, durante 17 anos, exercendo também o cargo de sacristão, organista e dirigente de coro. Em 1898 mudou-se para Lajeado onde faleceu em 01 de janeiro de 1902, Está sepultado no cemitério católico do Hidráulica em Lajeado. Sua esposa Maria Magdalena Reinbüchler faleceu em 25 de dezembro de 1925 esta sepultada no cemitério Católico de São Bento Lajeado. 

 

4-Felipe Mallmann


Felipe Theobald Mallmann nasceu em 23 de Janeiro de 1871, em Santa Maria do Herval, filho do Professor e combatente Peter Mallmann e Maria Magdalena Reinbuchler, casou-se em 29 de maio de 1894 na Igreja Matriz Santo Inacio de Lajeado, com Elisabetha Hennemann, nascida em 13 de Outubro de 1873, em Lajeado, era filha de João Hennemann e Suzana Kolling. Tiveram os filhos: Irmã Maria Lúcia, Pe. Albino Eugênio, Cônego Oscar Francisco, Albano Ignácio, Pe. Bento Manuel, SJ e Estefânia Adelaide, Verônica Elisabeth, Irena Cecília, Teresa Maria, Alma Regina e Jacob Dominicus. A família mudou-se de Santa Clara para Moinhos Lajeado. Felipe faleceu em 13 de novembro de 1929 e Elisabeth Hennemann em 17 de janeiro de 1966, estão sepultados no Cemitério Católico do bairro Hidráulica de Lajeado.

 

5-João Pedro Mallmann

João Pedro Mallmann apelidado de Hannes Pitter, nasceu em 16 de outubro de 1844, em Blankenrath, Alemanha irmão do anteriormente citado Peter Mallmann, chegou ao Brasil em 1863. Casou-se em 14 de agosto 1866, em Monte dos Bugres, Dois Irmãos, com Elisabeth Bender, filha de Johann Anton Bender e Margaretha Ostermann. João Pedro foi agricultor, alfaiate, professor em Tupandi e Montenegro. Em 1885 chegou à Santa Clara do Sul, onde, depois de seu irmão Peter passou a exercer as funções de sacristão e dirigente de coro. João Pedro Mallmann e Elisabeth Bender tiveram os filhos: Jacob casado com Maria Schabbach, José casado com Maria Kolling e Carlos casado com Anna Bohn.  João Pedro Mallmann faleceu em 25 de abril de1912 e foi sepultado no Cemitério Católico de Santa Clara do Sul, que localizava-se onde hoje esta o Salão Paroquial, mais tarde foi transladado para o atual Cemitério Católico, Elisabeth Bender faleceu em 16 de junho de 1916.

 

6-João Carlos Allgayer

João Carlos Allgayer filho de João Allgayer e Margarida Eckert, nasceu em 06 de novembro de 1857, casou-se com Margarida Weber, nascida em 12 de outubro de 1859, filha de João Weber e Catharina Lenhard. O casal residia em São Rafael até 1898, quando se mudaram para o centro de Santa Clara do Sul, abrindo em 1900 uma casa comercial. Tiveram os seguintes filhos: Catharina casada com Pedro Weiler, Elisabeth casada com Augusto Zart, Carlos casado com Ana Schnorr, Ana casada com Francisco Reis, João casado com Marcelina Metzen e em segundas núpcias com Cecilia Gabriel, Jacó Rudolfo casado com Veronica Arenhart, Germano (nascido no dia do combate vitorioso) casado com Olinda Balm, José Francisco casado com Florentina Muller, Roberto casado com Petronila Trieweiler e Romaldo, este solteiro. João Carlos Allgayer faleceu em 06 de novembro de 1926 e Margarida Weber em 24 de gosto de 1938, ambos estão sepultados no cemitério Católico de Santa Clara do Sul.


7-Guilherme Werlang

Guilherme Werlang nasceu em 15 de março de 1848, filho de João Pedro Werlang e Ana Catharina Heck, casou-se em 04 de Maio de 1875, em Feliz, com Catharina Ruschel, nascida em 22 de Abril de 1956, filha de João Nicolau Ruschel e Catharina Scherer. Guilherme Werlang foi carpinteiro e agricultor, sedia sua casa para as devoções dominicais dos santa-clarenses, antes de ser edificada a primeira capela, cuja qual também foi construtor voluntário em 1880.

Guilherme e Catharina tiveram os seguintes filhos: José Guilherme (falecido com 3 meses), Filipina casada com Nicolau Halmenschlager, Maria casada com João Halmenschlager, Manoel José casado com Maria Helena Korthois, Guilhermina (falecida criança), Rosa casada com José Konrad, Clara casada com Cristiano Bouscheidt, Carolina casada com Matias Träsel, Ana casada com Alberto Kronbauer, Amalia casada com Theobaldo Beres, Roberto casado com Miguelina Massing, Maria da Gloria casada com José Jacob Träsel e Carlos Francisco casado com Helena Träsel.

Guilherme Ruschel faleceu em 07 de novembro de 1922, Catharina  faleceu em 29 de julho de 1947 está sepultada no cemitério Católico atual de Santa Clara do Sul.


8- Manoel José Werlang

Manoel José Werlang nasceu em 19 de abril de 1880, filho do combatente Guilheme Werlang e Catharina Ruschel, casou-se com Maria Helena Korthois, O casal teve as filhas Maria Werlang casada com Arnaldo Weiss, e Maria Hilda Werlang casada com Urbano Zart. Manoel faleceu em 01 de Abril de 1937, está sepultado no cemitério de Sampainho Santa Clara do Sul.

 

9-Nicolau Werlang

Nicolau Werlang nasceu em 18 de outubro de 1853, em São José do Hortêncio, filho de João Pedro Werlang e Anna Catharina Heck, irmão do combatente Guilherne Werlang. Casou-se em 17 de agosto de 1874, em São José do Hortêncio, com Maria Florigunda Breitenbach, nascida em 11 de novembro de 1853 em São Sebastião do Caí, filha de João Breitenbach e Elisabeth Lampert. O casal teve os filhos: Maria casada com Valentin Gennovay, Elisabetha casada com Nicolau Dessoy (combatente), Veronica casada com Ferdinando Francisco Krause, Maria Emilia casada com Clemente Carlos Müller, Ana Catharina casada com Francisco Weiler, Margarida casada com Henrique Richter, Josefina casada com Nicolau Kasper, José Balduino casado com Rosalina Wurst e Francisco Afonso casado com Maria Petronila Sebastiany. Nicolau faleceu em 12 de fevereiro de 1919 em Santa Clara do Sul, sua esposa Maria Florigunda faleceu em 23 de dezembro de 1923 na cidade de Sarandi.

 

10-Miguel Ruchel Sobrinho

Miguel Ruchel Sobrinho nasceu em 17 de julho de 1852, filho de João Nicolau Ruschel e Catarina Scherer, casou-se em 04 de maio de 1875, em São José do Hortêncio, com Cristina Simon, nascida em 28 de Janeiro de 1854, filha de João Simon e Maria Werlang. Foram os primeiros moradores da atual rua José Francisco Allgayer, na época denominada localidade de  São Bento. Miguel tinha a maior barba entre os homens de Santa Clara, era o melhor tenor do coral, além de agricultor e marceneiro.

Miguel Ruchel Sobrinho e Cristina Simon tiveram os seguintes filhos:
José casado com Josefina Steinmetz, Antônio casado com Carolina Arenhart, Reinoldo  casado com Maria Irma Federhen, Raimundo casado em primeiras núpcias com Elfrida Noschang e em segundas núpcias com Leonora Borba, Professr Otto Ruschel casado com Elvira Ely, Luisa Ruschel casada com Jacó Schnorr, Guilhermina Ruschel casada com Carlos Schneider, além de duas filhas que faleceram criança.

Miguel Ruschel faleceu em 21 de junho de 1917 e Cristina Simon em 09 de abril de 1927, ambos estavam sepultados no cemitério velho de Santa Clara do Sul.


11-José Ruschel

José Manoel Ruschel nasceu em 24 de fevereiro de 1876, em Feliz, filho do combatente Miguel Ruschel Sobrinho e Cristina Simon, casou-se em 26 de novembro de 1896, com Josefiana Seinmetz, filha de Nicolau de Steinmetz e Catharina Simon. O casal teve pelos menos os filhos: Arthur Antônio Ruschel, Theolinda Ruschel, Oscar Ruschel e Maria Otilia Ruschel. José Manoel faleceu em 24 de agosto de 1943 em Venâncio Aires onde está sepultado.


12- Antônio Ruschel

 Antônio Ruschel nasceu em 31 de outubro de 1880, em Santa Clara do Sul, filho do combatente Miguel Ruschel Sobrinho e Cristina Simon. Foi batizado com o nome de Guilherme Antônio Ruschel, em Santa Clara do Sul na casa de Guilherme Werlang, quando a primeira capela ainda nem havia sido construída. Casou-se com Karolina Arenhart nascida em 02 de novembro de 1882, filha de Mathias e Ana Maria Arenhart. O casal teve os filhos: Roberto, Alfredo, Irma, Maria Cecilia, Oscar, Arno, Maria Clara, Claudio, Reinoldo Waldemar, e Lauro. No combate vitorioso foi um corajoso jovem de 15 anos incompletos, que ficou responsável por chamar reforços e levar recados entre os combatentes. Karolina faleceu em 18 de março de 1933 e Antônio foi o último combatente a falecer, em 14 de junho de 1967. O casal está sepultado no Cemitério Católico de Santa Clara do Sul.

 

13-Reinoldo Ruschel

Reinoldo Ruschel nasceu em 22 de janeiro de 1886, filho de Miguel Ruschel e Cristina Simon, casou-se em 08 de fevereiro de 1915, com Maria Irma Federhen, nascida em 05 de maio de 1895, dois filhos do casal são identificados, Lothar e Octacilio Otto Ruschel. Maria Irma Federhen faleceu jovem aos 42 anos, em 01 de fevereiro de 1937, e Reinoldo em 15 de agosto de 1964, ambos estão sepultados no cemitério Católico de Santa Clara do Sul.


14-João Pedro Wickert

João Pedro Wikert filho do professor Cornélio Wickert e Suzana Adams, casou-se em 24 de outubro de 1867, na Igreja São Miguel de Dois Irmãos, com Catarina Arnold, filha de Mathias Arnold e Ana Barbara Just. O casal chegou em Santa Clara do Sul pouco antes de 1886, tiveram pelo menos os seguintes filhos: Maria Margarida, Maria,  Jacob, Pedro José,  Anna Maria, Gertrudes, Cornélio e Agnes (gêmeos),  Fernando e Pedro Aloysio.   

  

15- Pedro José Wickert

Pedro José Wickert nasceu em 15 de abril de 1875, em Dois Irmãos, filho de João Pedro Wickert e Catharina Arnold, casou-se com Catarina Finckler, filha de Pedro Finckler e Magdalena Zart.  Após casados residiram em Linha Terezinha, em terras da família Finckler. O casal foi abençoado com dez filhos, sendo dois Irmãos Lassalistas, uma irmã Religiosa e um Sacerdote,  cujo nome hoje é uma rua de Porto Alegre.

Seguem os filhos de Pedro José Wickert e Catarina Finckler: Frida (Irmã Regina, Angela casada com Pedro Antoni, Clara casada com Paulo Fischer, Maria casada com Aloysio Lehnen, José (Irmão Gabriel Donato), Conego Arthur, Edwin (Irmão Francisco Timothéu, Leopoldo casado com Ilka Tiele, Vendelino casado com Anita Konzen e Teresinha. Pedro José e Catarina Finckler estão sepultados em Santa Emília, Venâncio Aires.

 

16-Jacob Weiand 

 Jacob Weiand nasceu em 02 de Março de 1847, em Winterbach, Saarland, Alemanha, filho de Mathias Weianda e Katharina Brill. Chegou ao Brasil em 1879 ainda solteiro, veio para Santa Clara do Sul, onde se casou com a viúva Ana Maria Machry, e tiveram um filho, Jacob Weiand Filho. Jacob residia com sua família do outro lado do arroio Saraquá, em direção à Nova Santa Cruz. Ana Maria Machry faleceu em 21 de abril de 1922 e Jacob em 04 de janeiro de 1934, ambos foram sepultados no antigo cemitério Católico de Santa Clara do Sul.

17- Jacob Weiand Filho


 Jacob Weiand Filho nasceu em 23 de agosto de 1880, filho de Jacob Weiand e Anna Maria Machry, casou-se com Amália Federhen, nascida em 28 de outubro de 1884, filha de Jorge e Margarida Federhen. O casal residia na casa do pai e sogro Jacob Weiand, tiveram os filhos: Otto casado com Aurélia Schnorr, Carlos casado com Olinda Leindecker, Benno casado com Maria Weiss, Elmiro casado com Luisa Norma Arenhart e Clicenia Julita casada com Ivo Rockembach. Jacob Weiand faleceu em 10 de fevereiro de 1939, logo após a família se mudou para a atual residência dos Weiand, na rua José Francisco Allgayer, onde em 01 de agosto de 1959 faleceu Amália Federhen.

 

 18-Jacob Arenhart

Jacab Arenhart nasceu em 01 de outubro de 1830, em São José do Hortêncio, filho de João Arenhart e Maria Catharina Griebeler, foi casado em primeiras núpcias com Maria Berwanger, e em segundas núpcias com Maria Müller, nascida em 05 de abril de 1949, filha de Pedro Muller e Maria Magdalena Kieling. Jacob teve pelos menos os seguintes filhos: Chatarina, Jacob, Maria Leopoldina, Maria Rosalia, Maria Adelgundes, João Reynoldo, João Pedro e Nicolau. Jacob Arenhart faleceu em 12 de março de 1905 e sua esposa Maria Müller em 19 de fevereiro de 1906, ambos foram sepultados no antigo Cemitério Católico de Santa Clara do Sul. 


19-Jacob Arenhart Filho



Jacob Arenhart Filho nasceu em 18 de novembro de 1868, filho de Jacob Arenhart e Maria Muller, casou-se com Anna Elisabetha Kasper, nascida em 02 de dezembro de 1876, filha de José e Gertrudes Kasper. O casal teve os seguintes filhos: Maria Elisabetha, Thereza Lidvina, Mathilda Maria, José Eugenio, Aloysio Nicolau, Benno Jacob, Ida, Ottilia Francisca, Irena Lidvina, Anilla Maria, Urbano Benno e Ignacio Otto.

Jacob Arenhart Filho faleceu em 02 de agosto de 1936 e sua esposa Ana Elisabetha Kasper em 20 de novembro de 1956.


20- Guilherme Arenhart

Guilherme Arenhart filho do combatente Jacob Arenhart e Maria Muller, foi casado com Elisabetha Eckert. Entre os filhos de Guilherme Arenhart e Elisabetha Eckert nomeia-se o Cônego Ivo Arenhart e João Carlos Arenhart casado com Alice Haas.


21-Mathias Arenhart

Mathias Arenhart foi casado com Ana Maria Arenhart, com quem teve os filhos Gabriel, Elisabetha, Carolina, Ana, Guilherme Edmundo, Amalia, Adolfo, Roberto, Maria e Bruno. Faleceu em 12 de junho de 1916 aos 61 anos, foi sepultado no antigo Cemitério de Santa Clara do Sul.

 

22-Francisco Kasper

Francisco Kasper filho de José Kasper e Gertrudes Müssnich, casou-se com Juliana Arenhart, filha do combatente Jacob Arenhart casado com Maria Müller. Após casados residiram na Picada Eckert, atual São Rafael, que eclesiasticamente fazia parte da comunidade de Santa Clara do Sul, e na invasão dos maragatos, ajudaram na defesa dos Santa-clarenses. Fundou em sociedade com seu cunhado e também combatente Guilherme Arenhart, a empresa comercial Kasper Arenhart. O casal Francisco Kasper e Juliana Arenhart tiveram os seguintes filhos: Benno, Oscar Leopoldo (foi prefeito de Estrela), Reinaldo e Otmar. Francisco voltou residir em Santa Clara do Sul, onde faleceu jovem aos 36 anos, em 08 de abril de 1910, foi sepultado no antigo Cemitério Católico. Juliana já viúva, foi com seus filhos solteiros para Venâncio Aires, estabelecendo-se com o Hotel do Comercio.

 

23- João Weber Filho

João Weber filho nasceu em 06 de maio de 1861, filho de João Weber e Anna Maria Dessoy, casou-se em primeiras núpcias com Maria Ruwer, com quem teve os filhos: Maria, Guilherme , Leopoldo Aloysio e Wilibaldo Francisco. Maria Ruwer faleceu em 18 de julho de 1902, aos 22 anos. João Weber Filho contraiu segundas núpcias com Juliana Theisen, com quem teve os filhos: Thereza, Pedro Edmundo e Osvaldo. Juliana Theisen faleceu em 25 de abril de 1914, aos 43 anos. As duas esposas de João Weber Filho foram sepultadas no antigo Cemitério Católico. João Weber Filho faleceu em 01 de janeiro de 1939, está sepultado no atual cemitério católico de Santa Clara do Sul. 


24-Pedro Weber

Pedro Weber foi casado com Elisabetha Metzen, era filho de João Weber e Anna Maria Dessoy, irmão do combatente João Weber Filho, foi pai dos Padres Jesuítas Theodoro e Waldemar Weber. A história oral conta que Pedro foi ferido na bacia durante o combate, sendo levado à Mariante, em um barco a vapor até o hospital em Porto Alegre, Retornou para Santa Clara do Sul depois de dois meses. Consta na lista de associados da comunidade católica até 1900, após mudou-se e faleceu na região de São Sebastião do Caí.


25- Augusto Müller

Augusto Muller nasceu em 17 de dezembro de 1851, na então Prússia, filho de Clemente Müller e Johanna Pucklitz, casou-se em 09 de maio de 1878, com Maria Agatha Steinmetz, nascida em 02 de janeiro de 1856, em Feliz, filha de Nicolau Steinmetz e Anna Maria Eibes. Augusto foi professor paroquial em Santa Clara do Sul, durante o combate ficou trancado dentro da capela escola com as crianças rezando. O casal Augusto e Maria Agatha tiveram os filhos: Clemente Carlos, Catharina Francisca, Maria Joana, Afonso, Augusto, Alberto Jacob, Alfredo Guilherme, Ernesto Nicolau, José e Francisco Benno. Mudaram-se de Santa Clara do Sul em 1902, para General Osório, atual Ibirubá. Maria Agatha Steinmetz faleceu em 20 de Dezembro de 1918 e o Professor Augusto Muller em 01 de maio de 1921, em Alfredo Brenner, interior de Ibirubá.

 

26-Carlos Schnorr


 

Carlos Schnorr nasceu em 10 de março de 1870, em Dois Irmãos, filho de Pedro Schnorr e Maria Elisabetha Müssnich, casou-se com Maria Rosália Arenhart, filha do também combatente Jacob Arenhat e Maria Müller, nascida em 02 de setembro de 1875. O casal teve os filhos Ignacio Otmar, Otilia, Francisco Xavier, José Romualdo, Maria Veronica, Ermilda, Antonio, Virgilio, Silvestre e Ana Ernilda. Carlos Schnorr foi proprietário do primeiro Hospital de Santa Clara do Sul. Maria Rosália faleceu em 29 de janeiro de 1943 e Carlos Schnorr em 09 de marco de 1958, o casal está sepultados no cemitério católico de Santa Clara do Sul.


27-Jacob Schnorr

Jacob Schnorr irmão de Carlos, nasceu em 04 de Setembro de 1868, filho de Pedro Schnorr e Maria Elisabetha Müssnich, casou-se com Luisa Ruschel, nascida em 08 de janeiro de 1883, filha do combatente Miguel Ruschel Sobrinho e Cristina Simon. Jacob era escultor de sepulturas em pedra grês, do seu casamento com Luisa Ruschel nasceram os filhos: Amália, Avelino Bertoldo, Jacó Albano, Lauro Bonifácio, Maria Alma, Carlos Arnaldo e Otto Sebaldo. Carlos faleceu em 20 de março de 1934 e Luisa em 03 de fevereiro de 1949, estão sepultados no cemitério católico de Santa Clara do Sul.

 

28-Jacob Weiler

Jacob Weiler nasceu em 25 de julho de 1868, filho do pioneiro José Weiler e Suzana Bender, foi casado com Cristina Dessoy, irmã do combatente Nicolau Dessoy, nascida em 24 de março de 1872. Teria sido levemente ferido durante Combate Vitorioso. O casal teve os filhos: Carlos Weiler casado com Ana Hilda Lenhard, Alfredo Weiler casado com Teolina Schorr, Cecília Weiler, Reinaldo Weiler casado com Hilda Schuh, Clementina Weiler, Theoaldo Willibaldo Weiler casado com Maria Ella Weber, Hilda Weiler casada com Aloísio Kremmer e Aloísio Weiler casado com Margarida O. Spohr. Cristina Dessoy faleceu em 12 de outubro de 1937 e Jacob Weiler em 11 de julho de 1941, o casal está sepultado no Cemitério Católico de Santa Clara do Sul.

 

29 -Pedro Weiler Sobrinho

Pedro Weiler Sobrinho, filho de José Weiler e Suzana Bender, nasceu em 12 de junho de 1870. Casou-se com Maria Ruschel nascida em 04 de agosto de 1875 filha de João Ruschel e Anna Noschang, o casal foi progenitor do primeiro Padre nato de Santa Clara do Sul. Tiveram os seguites filhos:  Pe. José Afonso, Francisco Roberto, Maria Florinda, Valentim Benno, José Ervino e Aldino.  Além de agricultores, a família tinha uma prensa de cana com cilindros de aço, e um alambique. Residiram onde depois residiu a filha Florentina, casada com José Heisler. Maria Ruschel faleceu em 02 de Dezembro de 1939 e Pedro Weiler em 19 de agosto de 1940, ambos estão sepultados no cemitério Católico de Santa Clara do Sul.

 

30-José Weiler

José Weiler Filho nasceu em 03 de outubro de 1874, em Dois Irmãos, filho de José Weiler e Suzana Bender, casou-se com Ana Maria Scheibler, filha de Francisco Scheibler Filho e Ana Glaser, nascida aos 07 de março de 1882. O casal teve os filhos: Bertha, Ema Malvina, Alma, Arnoldo, Ida, Oscar e Zita. No início da década de 1950, o casal mudou-se de Santa Clara do Sul para São Carlos, Santa Catarina, onde estão sepultados. Anna Maria faleceu em 26 de dezembro de 1956 e José Weiler Filho em 20 de maio de 1963

 

31-Francisco Weiler

Francisco Weiler filho de José Weiler e Suzana Bender, foi casado com Adelina Dresch, faleceu jovem aos 26 anos, em 07 de julho de 1902, foi sepultado no antigo Cemitério Católico de Santa Clara do Sul.

  

32-Jacob  Lenhard

Jacob Lenhard é apresentado na lista como Carlos Lenhart, é citado no livro Der Marakatenkrieg como “O melhor atirador de Santa Clara”. No Álbum jubilar de Santa Clara do Sul 1969, do mesmo autor, é nomeado Jacob Lenhard, em alemão com tradução livre de “atirador de elite”. Morava ao lado direito do combatente Pedro Weiler Sobrinho, onde posteriormente residiu a família Bach. Ainda no livro “Santa Clara, o Combate Federalista” Jacob Lenhard foi fundador da Sociedade de Atiradores de Santa Clara do Sul em 28 de agosto de 1895, veterano da guerra Franco Prussiana de 1870. 

 

33-João Schabbach



João Schabbach nasceu em 07 de agosto de 1870, filho do imigrante João Schabbach e Anna Maria Boh, casou-se com Amália Schweitzer, nascida em 29 de março de 1875. O casal teve os filhos João Otto, Reinaldo, Elfrida, Idalina, Willibaldo, Alzira, Alberto Roberto e Olimira. João Schabbach faleceu em 22 de setembro de 1935 e Amalia Schweitzer faleceu em 08 de janeiro de 1942, o casal descansa no Cemitério Católico de Santa Clara do Sul.


34-Augusto Zart

Augusto Zart nasceu em 15 de Setembro de 1855, filho de Francisco Zart e Carolina Luft, foi casado com Maria Magdalena Körber. O casal teve ao menos três filhos: João Alfredo, Carolina Josefina e Maria Leopoldina. Maria Magdalena a esposa de Augusto faleceu em 27 de julho de 1912 e foi sepultada no Cemitério Católico velho de Santa Clara do Sul. Augusto faleceu em 14 de agosto de 1935 e está sepultado no atual cemitério católico de Santa Clara do Sul.

 

35-Pedro Kasper

Pedro Kasper filho de José Kasper e Gertrudes Müssnich, casou-se em 15 de outubro de 1901, na matriz Santo Inácio de Lajeado com Maria Mathilde Adams, filha de Pedro Adams e Maria Angelina Löblein. 

 

36-Jacob Braun

Jacob Nicolau Braun nasceu em 30 de julho de 1869, em Dois Irmãos, filho de Pedro José Braun e Maria Anna Müssnich. Casou-se em 1893 com Leopoldina Arenhart, filha do combatente Jacob Arenhart e Maria Müller. O casal teve os filhos: Pedro Willibaldo, Maria Rosalina, Maria Irma, Anna Amélia, Maria Emilia, Maria, Eugenio, José Arthur, Maria Celita, Lothar e João Francisco. Jacob faleceu em 15 de março de 1940 e Maria Leopoldina Arenhart em 22 de janeiro de 1947, estão sepultados no Cemitério Católico de Santa Clara do Sul.


37-Frederico Schneider

Frederico Schneider filho de Antonio Schneider e Elisabeth Lang, nasceu em 5 de fevereiro de 1855, em Dois Irmãos. Casou-se com Catharina Roth, filha de Philipp Roth e Maria Catharina Ferst, em 2 de agosto de 1875 em Dois Irmãos. Catharina nasceu em 10 de agosto de 1855 em Dois Irmãos. Residiam na Picada Aurora, atualmente Cruzeiro do Sul, tiveram os seguintes filhos: Pedro, Felippe, Delfina, Elisabetha, Carolina, Albino, Maria, Leopoldo, Verônica, Maria Luiza e Cecília. Catharina a esposa do combatente esteve grávida da filha Maria Luiza durante o Combate Vitorioso.

Frederico faleceu em 3 de outubro de 1930 em Santa Clara do Sul, aos 75 anos de idade, sua esposa Catharina faleceu em 12 de setembro de 1932, também em Santa Clara do Sul.

 

38-Nicolau Schneider

Nicolau Schneider irmão do combatente Frederico Schneider, nasceu em 17 de fevereiro de 1859 em Monte dos Bugres, Dois Irmãos, casou-se em 16 de maio de 1881, em Estrela, com Anna Mallmann, irmã dos combatentes Pedro e João Pedro Mallmann, filha de Johann Peter Mallmann e Elisabeth Adams. Nicolau Schenider e Anna Mallmann, casal que comemorou bodas de ouro, cuja fotografia foi publicada no Álbum Jubilar de Santa Clara do Sul, tiveram os seguintes filhos: Elisabetha, Rafael, Rosalina, Ana, Thereza, Theobaldo, Affonso,Francisco Serafim, Anna, Maria Schneider que nasceu em 22 de junho de 1895 pouco depois do Combate Vitorioso, Maria Clementina, Francisca e Carlos Otto Schneider. Anna Mallmann faleceu em 29 de outubro de 1933 e Nicolau em 26 de julho de 1937, estão sepultados no Cemitério Católico de Santa Clara do Sul.

 

 

39-Adão Franz

 Adam Franz nasceu em 23 de Março de 1860 , em São Sebastião do Caí, era filho de Jorge Franz e Margarida Jung. Casou-se com Carolina Müller, nascida em 27 de fevereiro de 1861, filha de Pedro Muller e Maria Magdalena Kieling.  O casal Adam Franz e Carolina Müller comprou a propriedade de João Ruschel e Helena Simon, onde teve onze filhos: Maria Magdalena , Isabel Clementina, João Reinoldo, Pedro Gustavo, Nicolau Adalberto, Jacob Eugenio, João Edmundo, Emilia Olidia, Helena, Hilda Margarida e Otilia Mathilde. Carolina Müller faleceu em 08 de novembro de 1926, Adam Franz faleceu em 03 de junho de 1939. Após falecerem, o filho Nicolau Adalberto e a esposa Maria Francisca Arenhardt, continuaram a residir na casa da família, tiveram oito filhos e mudaram-se em 1947, para São Carlos, Santa Catarina, vendendo as terras e a casa para Afonso Olbermann.

 

40-Jacob Kochhann

Jacob Kochhann nasceu em 10 de Junho de 1850, em Kastellaun, Rheinland, Alemanha, filho de Jacob Kocchann e Anna Maria Heinemann, chegou ao Brasil em 6 Setembro de 1853, casou-se em 01 de outubro de 1870, com Katarina Augustin, nascida em 26 Julho 1855, em São Leopoldo, filha de Mathias Augustin e Lucia Ritter. O casal teve os filhos: Maria Kochhann casada com João Spohr, Critovão Kochhann, João Kochhann casado com Anna Maria Federhen, Pedro Kochhann casado com Elisabetha Josefina Ruschel, Jorge Kochhann, Jacob Kochhann casado com Leopoldina Dullius, Magdalena Kochhann casada com Julio Güllich, Alberto Kochhann casado com Emília Schuh, Serafim Kochhann casado com Carolina Kuhn.

Conta a história oral de que as botas expostas no museu eram de Jacob, estas haviam sido furtadas de sua casa por um maragato, que depois foi encontrado morto. Jacob Kohhann faleceu em 13 de junho de 1927 e Katharina Augustin em 10 de abril de 1937, repousam no Cemitério Católico de Santa Clara do Sul.


41-Nicolau Dessoy

Nicolau Dessoy nasceu em 29 de junho de 1874, em Dois Irmãos, filho de João Dessoy e Maria Elisabeth Alfen, casou-se em 30 de Junho de 1896, na Igreja Matriz Santo Inácio de Lajeado, com Elisabetha Werlang, nascida em 15 de agosto de 1877, em Feliz, filha do combatente Nicolau Werlang e Maria Florigunda Breitenbach. Logo após casados mudaram-se para Ijuí. Nicolau faleceu em 24 setembro 1944, sua esposa Maria Elisabeth Alfen faleceu em 11 setembro 1961, tiveram pelo menos dois filhos, Linos e Edmundo Dessoy.


42-Martin Reis

Martin José Reis filho de João José Reis e Elisabeth Hammet, casou-se em 15 de Junho de 1874, na Igreja Matriz Santo Antônio de Estrela, com Ana Maria Köhnlein, filha dos primeiros moradores de Santa Clara do Sul, André Köhnlein e Isabela Hauschild. Em 1916 mudaram-se para Selbach, tiveram os filhos: José Martin, Francisco, André, Carolina e mais três filhas moças.

 

43-José Lauxen

José Lauxen nasceu em 15 junho 1857, em Dois Irmãos, filho de João Lauxen e Joana Becker, casou-se em 19 de abril de 1880, com Suzana Schwaab nascida em 10 de julho de 1856, em Dois Irmãos, filha de Gaspar Schwaab e Ana Catharina Gregorius. Seus filhos foram: Pedro, Isabela, Jorge, Elisabeth, Frederico, José e João.

Foi ele quem carregou o Capitão Nicolau Klein, após ser ferido no joelho, no final do Combate Vitorioso contra o grupo dos maragatos, chefiado por Zéca Ferreira.

O combatente José Lauxen faleceu jovem aos 51 anos, em 7 abril 1909 e Suzana Schaab em 19 de julho de 1918, o casal foi sepultado no antigo Cemitério Católico de Santa Clara do Sul.


44-Jacob Löblein

Possivelmente trata-se de Jacob Löblein, filho do casal João Löblein e Maria Wickert, que consta como associados da capela de Santa Clara antes de 1885. Jacob teria mais tarde, em 23 de maio de 1908 em Hamburgo Velho, se casado com Mathilda Maria Wolf.

 

45- João Diehl

João Diehl nascido em 1860, filho de Claudio Diehl e Angela Schneider, foi casado com Rosina Simon, filha de João Simon e Maria Werlang. Os filhos do casal foram: Catharina, Adão Antonio, Fridolino, Ana, Cecilia, Leopoldina e Maria Thereza Diehl. João foi o primeiro combatente a falecer, após a tentativa de invasão dos maragatos, faleceu jovem aos 38 anos em 06 junho de 1898 e foi sepultado no antigo Cemitério Católico de Santa Clara do Sul.

 

46-Guilherme Steinmetz

Guilherme Steinmetz nasceu em 1871, em Feliz, filho de Nicolau Steinmetz e Catarina Simon, casou em 18 de julho de 1893, em Santa Clara do Sul, com Catharina Külzer, filha de Pedro Külzer e Cristina Escher. 

 

47-Christiano Ely


Christiano Ely era filho do imigrante Pedro Ely (o Moreno) e Cristina Regner, casou-se em 22 de fevereiro de 1876 com Catharina Eckart, na Capela São Luis, em São José do Hortêncio. Catharina nascida em 10 de julho de 1858, filha de Carlos Eckart e Luisa Weber. O casal teve os sete primeiros filhos na região de São Sebastião do Caí, migraram para Santa Clara do Sul pouco antes de 1888. Residiam onde hoje é o Museu e a Biblioteca Municipal, na época era uma casa enxaimel típica construída em Santa Clara do Sul, no início da colonização e ali criaram seus treze filhos: João Carlos Ely casado com Emilia Schweitzer, Adolfo Jacob Ely casado com Josefina Eckert, Albino Ely casado com Leopoldina Schnorr, Maria Luisa Ely casada com Guilherme Schnorr, Elisabeth Leopoldina Ely casada com Nicolau Steinmetz,  Otilia Elisabetha Ely casado com Leonardo Löblein, Alfredo Rodolfo Ely casado com Paula Stefler, Idalina Ely casada com Antônio Schneider, Jacob Edmundo Ely casado com Catharina Carolina Zart, Augusto José Ely casado com Maria Rosalia Spohr, Otmar Jacob Ely casado com Paulina Veronica Mallmann, Olga Ctarina Ely casada com Carlos Zart, Carlos Reinaldo Ely casado com Anna Antonieta Wendt.

Cristiano Ely sofreu um acidente, levou um violento coice de cavalo no abdome, durante a cirurgia o professor Augusto Muller, rezava na capela o terço com os alunos. Infelizmente não resistiu e faleceu aos 49 anos em 26 de outubro de 1904. Catharina esposa de Christiano, faleceu em 11 de Dezembro de 1943. O casal estava sepultado no cemitério antigo de Santa Clara do Sul, mas apenas restos mortais de Catharina foram encontrados na transferência para o Cemitério Católico atual.

 

48- Reinoldo Göergen


Reinoldo Göergen filho de João Nicolau Göergen e Maria Holler, nasceu em 21 de maio de 1876, casou-se com Leopoldina Schabbach, nascida em 12 de março de 1880, irmã do combatente João Schabbach. O casal teve os filhos: Amalia, Rosalina, Maria, Hilda, Alberto, Balduino, Afonso, Oscar e Aloysio. A filha mais velha, Amalia, foi casada com Pedro Inacio Anschau, estes são pais do senhor Lauro Anschau.

A história do Combate Vitorioso em boa parte se manteve viva pela relação de Reinoldo e seu neto Lauro, grande contador de histórias que deve ter cativado o neto com suas narrativas, e através dele, este acontecimento histórico não ficou esquecido.

Leopoldina Schabbach faleceu em 25 de maio de 1843 e Reinoldo em 14 de março 1955, estão sepultados no cemitério católico de Santa Clara do Sul.

 

49-Nicolau Krämer

 Nicolau Krämer é citado na lista original apenas como N. Krämer (N. Seria de Nicolau? Ou da palavra nome?)

Havia apenas duas famílias associadas com sobrenome Krämer, em Santa Clara em 1895: a de JACOB KRÄMER, casado com Otilia Noschang e o casal residente em Conventos JOÃO LUIS KRÄMER, casado com Elisabetha Arnold.

Uma das hipóteses é que um desses Krämer ou seus descentes serviu como combatente, mas ainda não foram encontrados documentos ou outras fontes, que afirmam com certeza qual deles seria.


50-Pedro Bender

Pedro Bender nasceu em 15 de junho de 1882, foi casado com Karolina nascida em 03 de junho de 1882. O casal teve os filhos: Frederica Elsa, Maria Elevizia e Henrique Reinaldo. Pedro Bender faleceu em 06 de fevereiro de 1925 e sua esposa Karolina em 17 de novembro de 1965, estão sepultados no cemitério católico de Santa Clara do Sul.


Esta é a relação e identificação dos colonos que defenderam Santa Clara do Sul, da invasão dos maragatos em 28 de maio de 1895, futuras pesquisas poderão complementar este trabalho.

Na época do Combate Vitorioso, a pequena Santa Clara vivia pacifica, em torno da capela escola católica, quase todas famílias possuíam algum vinculo de parentesco, bem como todas vieram para Santa Clara do Sul das antigas colônias. Temos como exemplo a união e bravura por defender sua terra, a estes bravos homens citados e a outros participantes nossa gratidão, por permitirem que a picada da época, percorresse seu ciclo normal da vida até os dias atuais.

Fotografia atual do monumento em Homenagem aos colonos Santa-clarenses, que defenderam Santa Clara do Sul da invasão dos maragatos.


Agradecimentos: Lidiane Fraga, Eduardo Daniel Schneider, Felipe Müller Diel e Evanir Lenahrdt.


 Fontes:

TRASEL, Padre Alberto. Der Maragatenkrieg. Canoas, La Salle, 1966.

TRASEL, Padre Alberto. Álbum Jubilar de Santa Clara do Sul 1869-1969. Jornal comemorativo.

FIRMBACH, Theodor. Santa Clara, o Combate Federalista, 1995. Introdução e Notas: Hilda Agnes Hübner Flores. Porto Alegre, Nova Dimensão,1995.

KIRCH, José Odillo. Irmão Edwin Wickert (28.01.1916-02.03.2012) Irmãos das Escolas Cristãs (Lassalistas)/José Odillo Kirch

MALLMANN, Lodomilo Augusto. A Origem da Família Mallmann: A saga de um povo/Lodomilo Augusto Mallmann.- Porto Alegre: Pacartes, 2012.

MALLMANN, Orestes Josué. Família Mallmann para o Mundo. Vol. 1/Orestes Josué Mallmann-São Leopoldo: Oikos, 2015.

SPOHR, P. Inácio. História das casas: um resgate histórico dos jesuítas no sul do Brasil- Paróquia Santo Inacio dos Conventos- Lajeado/RS/ P. Inacio Spohr- Porto Alegre: Padre Reus, 2018.

 https://www.familyasearch.org/pt/

http://orestesmallmann.blogspot.com/2011/05/joao-pedro-mallmann-hannes-pitter.html